Medir a produtividade é uma necessidade crítica para qualquer empresa que deseja se manter competitiva. No entanto, na pressa de aumentá-la, muitas organizações cometem erros caros: implementam soluções sem ter clareza sobre onde estão os verdadeiros gargalos. A chave não é trabalhar mais, e sim trabalhar melhor. E, para isso, é fundamental identificar com precisão onde se perde tempo, como os recursos estão sendo utilizados e quais ações concretas podem ser tomadas para melhorar.
Tabela de conteúdos
- Como medir a produtividade em uma empresa
- O que são os indicadores de produtividade
- Tipos de indicadores de produtividade por setor
- Como melhorar a produtividade em empresas com equipes de campo
- Aumente sua produtividade com ferramentas e sistemas bem definidos
Como medir a produtividade em uma empresa
Medir produtividade não significa apenas contar quantas unidades foram produzidas ou quantas tarefas foram concluídas. Trata-se de relacionar os resultados alcançados com os recursos utilizados para isso. Essa relação pode ser expressa de formas diferentes, dependendo do tipo de negócio.
De forma simples, a fórmula geral é:
Produtividade = Output (resultado) / Input (recursos utilizados)
O que são os indicadores de produtividade
Os indicadores de produtividade são métricas que ajudam a entender se uma empresa está utilizando bem seus recursos (tempo, pessoas, dinheiro, equipamentos) para atingir seus objetivos. São ferramentas de gestão que permitem tomar decisões baseadas em dados, identificar melhorias e monitorar avanços ao longo do tempo.
Um bom KPI de produtividade deve ser:
- Relevante: deve estar alinhado aos objetivos estratégicos da área.
- Mensurável: com dados acessíveis e rastreáveis.
- Acionável: deve permitir a tomada de decisões concretas.
Dividem-se principalmente em três tipos:
- Produtividade da mão de obra: mede o desempenho dos colaboradores.
- Produtividade do capital ou ativos: mede o aproveitamento de equipamentos ou instalações.
- Produtividade multifatorial: combina vários insumos (como trabalho + máquinas + energia) para mostrar uma visão mais ampla.
Tipos de indicadores de produtividade por setor
Construção civil
- Horas-homem por m² construído: mede a eficiência da equipe na obra.
- Índice de retrabalho: percentual de tarefas refeitas por erro ou falha.
- Produtividade de máquinas: horas efetivas de uso por equipamento por semana.
Manufatura
- Unidades produzidas por hora/máquina: fundamental em linhas de produção.
- Taxa de defeitos: produtos não conformes sobre o total produzido.
- Tempo de ciclo de produção: do início à entrega de um lote.
Serviços técnicos e manutenção
- Ordens de serviço finalizadas por técnico/dia
- Tempo médio de atendimento por cliente
- Porcentagem de visitas resolvidas na primeira intervenção (First Time Fix Rate)
Varejo e comércio
- Vendas por colaborador
- Ticket médio
- Giro de estoque: quantas vezes o estoque é renovado no período.
Logística e transporte
- Entregas por veículo/dia
- Tempo médio por entrega
- Quilômetros rodados por pedido: ajuda a otimizar rotas.
TI e empresas digitais
- Histórias de usuário concluídas por sprint
- Tempo médio de resolução de incidentes
- Velocidade da equipe (story points / sprint)
Como melhorar a produtividade em empresas com equipes de campo
Mas e nas empresas com operações externas ou equipes técnicas em campo? Os desafios são maiores: menos supervisão direta, mais variáveis externas e maior risco de tempo ocioso.
Nesses casos, o método Time on Tools (ToT) é uma ferramenta altamente eficaz para medir a produtividade dos técnicos e identificar o que está dificultando a eficiência.
Nosso diretor-geral, Jérémy Guérin, compartilhou um guia prático baseado em anos de experiência com empresas de manutenção, construção e serviços técnicos.
1. Definir o que são atividades “on tools”
Pode parecer óbvio, mas este é o primeiro passo essencial. Nem todo tempo do técnico em campo é produtivo.
É importante ter um consenso sobre o que é atividade que gera valor (“on tools”), como:
- Execução de tarefas técnicas (manutenção, instalação, reparo).
- Inspeções visuais ou testes.
- Resolução de falhas no local.
E o que é atividade “off tools”, como:
- Deslocamentos.
- Espera por materiais ou aprovações.
- Preenchimento de relatórios ou ligações administrativas.
Esse alinhamento permitirá gerar indicadores úteis e confiáveis.
2. Criar um formulário robusto e fácil de preencher
Para que o método funcione, é preciso coletar dados de qualidade sem sobrecarregar os técnicos. Um bom formulário deve conter:
- Geolocalização para registrar onde a tarefa foi executada.
- Lista com tipo de atividade (manutenção, inspeção, instalação, etc.).
- Projeto ou cliente vinculado à tarefa.
- Data e horário de início/término para cálculo do tempo.
- Campo de observações (opcional).
- Equipe envolvida em caso de trabalho em grupo.
- Fotos para documentar o serviço com evidências visuais.
Esse formulário pode ser digital, simples e compatível com qualquer smartphone. Ferramentas como Kizeo Forms permitem criar formulários personalizados mesmo sem conexão com a internet.
3. Sensibilizar e treinar as equipes
Esse é o maior desafio organizacional: garantir que os técnicos usem corretamente e superar a resistência à mudança. É fundamental comunicar o verdadeiro propósito do ToT:
- Não se trata de controle, mas de otimizar o trabalho para que a equipe possa fazer mais em menos tempo.
- Mostrar que, se um técnico perde 30 minutos esperando peças, o problema é do processo — não dele.
- Apresentar casos de sucesso, como o da Equans Peru, empresa de manutenção multitécnica que melhorou sua produtividade com Kizeo Forms.
Um bom programa de treinamento deve ter exemplos reais, atividades práticas e um canal de feedback aberto.
4. Analisar e melhorar
Com o sistema em funcionamento, chega o momento mais valioso: transformar dados em decisões.
Com os dados coletados pelos formulários ToT, é possível:
- Identificar onde há mais perda de tempo: deslocamento? Espera? Burocracia?
- Comparar produtividade por tipo de tarefa, região ou técnico.
- Melhorar o planejamento e a alocação de recursos.
Ferramentas como Power BI e Tableau, integradas via API com o Kizeo Forms, permitem visualizar esses dados em tempo real por equipe, período ou local.
Aumente sua produtividade com ferramentas e sistemas bem definidos
Medir produtividade vai além de números em planilhas: é entender como o trabalho é feito, o que pode ser melhorado e como eliminar tarefas que não agregam valor. Em operações de campo, o método Time on Tools ajuda a enxergar o invisível — minutos desperdiçados que, somados, representam dias perdidos.
Com ferramentas eficazes, indicadores bem definidos e uma equipe engajada, é possível alcançar melhorias reais, sustentáveis e mensuráveis.
Sua empresa já sabe onde está perdendo produtividade?
Perguntas frequentes
O que são indicadores de produtividade e para que servem?
Indicadores de produtividade são métricas que relacionam os recursos utilizados (como tempo, dinheiro ou equipe) com os resultados alcançados. Eles servem para avaliar a eficiência da empresa, identificar gargalos e tomar decisões com base em dados para melhorar os processos.
Como escolher os indicadores de produtividade certos para minha empresa?
Para escolher bons indicadores, é essencial que estejam alinhados com os objetivos do negócio, que sejam mensuráveis com os recursos disponíveis e que permitam ações práticas. Eles também devem se adaptar ao setor de atuação e ao tipo de operação (campo, escritório, produção etc.).
Qual a diferença entre produtividade da mão de obra e produtividade do capital?
A produtividade da mão de obra mede o desempenho dos colaboradores (por exemplo, ordens de serviço concluídas por técnico). Já a produtividade do capital avalia o uso eficiente de máquinas, equipamentos ou estruturas (como unidades produzidas por hora de máquina).
É possível medir indicadores de produtividade em trabalhos externos?
Sim. Existem métodos como o Time on Tools que permitem medir o tempo efetivamente trabalhado por técnicos em campo, identificando tarefas produtivas e perdas de tempo. Isso pode ser feito com formulários digitais georreferenciados e dashboards de análise.
O que significa KPI e qual a relação com indicadores de produtividade?
KPI significa Key Performance Indicator ou Indicador-chave de Desempenho. São métricas específicas usadas para avaliar se processos, equipes ou áreas estão atingindo metas estratégicas. Todo KPI é um indicador, mas nem todo indicador é um KPI — ele precisa ser relevante, mensurável e diretamente ligado aos objetivos do negócio.